Secretaria Municipal de Cultura promove a valorização do Folclore no Teatro Municipal de Ananindeua

Exposições, palestras e encenações culturais marcaram o período do evento

22/08/2024 14h30 - Atualizada em 07/10/2024 12h10
Secom

Artistas de Ananindeua celebrando a Primeira Semana do Folclore, no Teatro Municipal. Trazer para bem mais perto dos munícipes de Ananindeua os diversos aspectos da cultura do nosso Estado, este é apenas um dos objetivos da 1.ª Semana do Folclore de Ananindeua no período 18 a 22 de agosto, no Teatro Municipal, no Parque Cultural Vila Maguary. A programação foi criada para celebrar o Dia do Folclore (22/08), por meio de um Decreto Federal nº 56.747, de 17 de agosto de 1965, que representa a época na qual houve um grande interesse pela cultura no Brasil.

De acordo com o secretário de Cultura de Ananindeua, Márcio Farias, tudo o que aconteceu na Semana do Folclore foi um marco para os munícipes.De acordo com Márcio Farias, secretário municipal de Cultura, a programação foi pensada não só pela questão do folclore em si, mas também representa o desenvolvimento cultural de qualquer sociedade. “Aqui em Ananindeua, hoje em dia, nós temos um teatro que é chamado templo cultura local, e, além disso, também temos uma gama de artistas que é gigantesca e eles precisam tomar posse deste espaço. Então, esta semana especificamente é importante devido a própria valorização do folclore, mas também porque precisamos ocupar este espaço e foi uma oportunidade que tivemos que trazer os artistas do nosso município para dentro do teatro”.

A programação foi pensada para o entretenimento, com uma linguagem amazônica e didática, ou seja, com apresentação de palestras, oficinas de contação de histórias, manipulação e produção de bonecos com materiais recicláveis. “Pensamos numa programação didática e ao mesmo tempo lúdica, acho que foi um casamento interessante. Aqui na SECULT nós temos uma equipe muito boa, posso dizer que são pessoas apaixonadas pelo o que fazem comprometidas com a questão cultural”, afirmou.

Para Hugo, coordenador de projetos culturais da SECULT, os eventos foram marcantes para a cultura do município. Segundo Hugo Tomkiwitz, coordenador de projetos da SECULT, o evento da Semana do Folclore foi pensado desde 2021, primeiro ano de mandato do prefeito Dr. Daniel Santos, e de lá pra cá foi realizado um mapeamento das referências culturais e folclóricas. “Nosso município têm muitas referências voltadas para as lendas, como também para o lado musical e artístico (na dança e no teatro). Assim sendo, nós nos estendemos para a criação de uma semana municipal do folclore. Neste ano, na atual administração do secretário da SECULT, Márcio Farias, que também é artista, houve esta abertura para que pudéssemos conduzir este evento e colocá-lo em prática. Queremos muito esta programação no calendário oficial da prefeitura”, afirmou.

Outro objetivo da 1.ª Semana do Folclore de Ananindeua é estimular no público uma sensibilidade maior, para que possa conhecer as suas lendas e as suas músicas, que são raízes de Ananindeua. “É muito importante que a população local possa conhecer os grupos parafolclóricos e que são reconhecidos em todo o Estado, e que o próprio ananindeuense não conhece”, declarou com ênfase.

O público compareceu para prestigiar os artistas locais.Palestras

No decorrer da programação da 1ª Semana do Folclore de Ananindeua, ocorreram várias palestras no Teatro Municipal, entre elas: Mercado, Formação e Contação de Histórias e também roda de conversas como a Mesa de Diálogos: do Parafolclórico à Cultura Popular.

A atriz e escritora Ester Sá realizou uma palestra bastante interessante sobre o ato da contação de histórias. Para a escritora e atriz, Ester Sá, a contação de histórias, formatada como um grande bate papo sobre essa forma de arte e também da importância desse ato, que representa uma presença na vida das pessoas. “Falamos sobre muitas coisas, como por exemplo, o repertório universal das histórias, que está cheio de ancestralidade. Foi uma troca muito legal com as pessoas, conversamos bastante e contamos histórias. Então, foi um encontro muito especial e este evento aqui em Ananindeua, trazendo estas pessoas para refletir sobre a arte é muito importante. ‘Evoé’, que venham outras oportunidades de estarmos juntos para falar sobre arte e vida, porque ambas são a mesma coisa!”

Sinval Ribeiro, do grupo parafilclórico Tamba-Tajá, mostrou todo o seu conhecimento sobre cultura regional.Conforme disse Sinval Ribeiro Lourinho, membro fundador do Grupo Tamba-Tajá, os grupos folclóricos e parafolclóricos defendem há muito tempo as bandeiras da cultura e do carimbó. “Nós somos porta-bandeiras dessas informações regionais, confrontando com os modelos midiáticos e com os modismos”, relatou a importância da valorização das culturas locais.

Literatura e encenações teatrais

Um dos grandes momentos da 1.ª edição da Semana do Folclore em Ananindeua foram as rodas de conversas com escritores regionais, entre eles Alfredo Garcia, Humberto e Fátima Afonso. Além da apresentação do Grupo Experimental de Rua Rosa Luxemburgo, com os espetáculos: “A Parteira Voadora” e “A Lenda da Pedra Encantada”.

Alfredo Garcia, escritor e jornalista, fez uma apresentação estimulante para os autores locais. Para o escritor e jornalista Alfredo Garcia, tanto o folclore quanto a literatura acabam se entrelaçando na grande gama da cultura popular. “Essa somatória entre eles gera a perpetuidade da cultura popular, sobretudo, da cultura de Ananindeua, assim como para a evolução do pensamento do município”, afirmou.

Segundo Alfredo, o Teatro Municipal de Ananindeua é um espaço maravilhoso para o universo dos artistas locais. “Representa um espaço muito importante para a divulgação da cultura do município. Para a disseminação dos produtores culturais, como nós temos aqui na literatura, na música, no teatro, na dança e das artes de um modo geral, com o sentido de ressignificar a nossa cultura”, relatou.

Humberto Baía, professor da rede de ensino do município e também escritor, aproveitou para mostrar o quanto é possível e gratificante escrever livros.Já para Humberto Baía, professor da Rede Municipal de Ananindeua, escritor, ilustrador e compositor, no município existem muitos fazedores de cultura e que muitas vezes ficam invisibilizados, porém em espaços culturais como os que estão presentes no Parque Cultural Vila Maguary e poder apresentar todos os meandros desta temática, isto é, sobre folclore, é de fundamental importância. “Na verdade, representa a cultura viva e poder participar de eventos como esse aqui é muito gratificante, pois são resultados de políticas públicas voltadas para valorizar os artistas locais e incentivar outros também que muitas vezes estão ocultos na plateia”.

Ainda para Humberto, e sendo ele também professor, muitas das vezes participar de eventos como esse, é poder trazer a luz, como no teatro quando fica escuro, a cortina sai e é apresentada uma obra. “Atualmente, estamos neste momento, descortinando os nossos trabalhos artísticos e apresentando-os para a sociedade de Ananindeua”.

A escritora Fátima Afonso foi a mediadora da palestra literária e se emocionou muito com as reações do público presente. Como afirmou Fátima Afonso, fundadora da Academia de Letras de Ananindeua, escritora e pedagoga, o evento foi de fundamental importância para a cultura do município em todas as áreas. “A cultura para nós, que somos amazônidas é como a nossa identidade, pois um povo sem cultura é um povo sem história”.

Os escritores Humberto Baía e Alfredo Garcia foram responsáveis por uma das palestras que colocou o público para refletir sobre como é importante o pensar literário.