Na noite desta sexta-feira, 20, a Casa Ribalta apresentou o espetáculo “É Tempo de Celebrar”, no Teatro Municipal de Ananindeua. O evento marca os 30 anos da casa, que é o primeiro espaço de dança de Ananindeua. O enredo conta a história da fundadora, Marlene Andrade, que sonhava em ser bailarina, e aos poucos viu o sonho se tornar realidade. A programação segue neste sábado, 21, a partir das 19h.

“É Tempo de Celebrar” faz uma homenagem às diversas regiões do estado do Pará, destacando o que há de melhor nelas, trazendo todas as culturas para comemorar os 30 anos da Casa em Ananindeua.

Para a professora e Drª Mayrla Andrade, diretora artística da Casa Ribalta, comemorar os 30 anos do espaço de dança em Ananindeua é um sonho realizado: “Essa noite foi transbordante de emoção, nós estamos com o sonho realizado, com essa sensação mágica, pois nós sonhamos muito com isso, em realizar o nosso espetáculo dentro da nossa casa, na cidade de Ananindeua, e comemorar esses 30 anos é uma dádiva. Esse espetáculo é muito especial, pois ele fala de uma dramaturgia real, que é a história da minha mãe, Marlene Andrade, que abriu as portas de sua casa para abrigar outros sonhos que sonhavam em dançar, e esse sonho se concretizou através de mim, como filha dela. E hoje nós estamos aqui transformando vidas através da dança, esse momento para nós é único. Eu não me vejo em nenhum momento da minha vida sem a dança, porque eu nasci nessa casa e toda a minha vida foi desenvolvida com a dança dentro da casa. A dança me deu uma profissão, minha história, minha família, a dança me deu tudo o que eu tenho, então eu não consigo lembrar da minha história sem estar ligada a dança. Eu digo que eu aprendi a dançar desde o ventre da minha mãe, mas de fato dentro da casa, recebendo outras pessoas, aprendendo junto, coreografando, sendo professora e  sendo artista. O espetáculo vem sendo pensado há um ano, a gente queria muito comemorar esses 30 anos. Toda a pesquisa é feita logo no início do ano, com o desenvolvimento do tema, o aprofundamento, as pesquisas de imagem, sonoridade, tem todo um preparo antes de chegar nos nossos alunos e quando chega neles, a gente faz a pesquisa dos personagens, para definir quem eles vão ser no espetáculo e em como eles vão estar vestidos, e a gente leva para os figurinistas e maquiadores. Nós somos uma grande equipe. Hoje nós temos cerca de 150 crianças e adolescentes matriculados na Casa Ribalta”, disse.

Marlene e Mayrla AndradeFamília e legado:  Marlene Andrade viu na filha, Mayrla Andrade, a continuação do legado construído durante esses 30 anos de Casa Ribalta.

Marlene Andrade, fundadora da Casa Ribalta, expressa a realização pessoal e profissional ao concretizar o sonho do espaço de dança: “Eu gostaria de ser bailarina, só que na minha época, eu não tinha condições, e meu pai dizia: menina, vai estudar para ser gente na vida!', e foi o que fiz, estudei, passei em um concurso público, e quando eu recebi meu primeiro salário, fui atrás de uma escola para fazer balé, só que eu trabalhava durante o dia, e à noite eles só atendiam bailarinos que já tinham um certo conhecimento, e eu estava iniciando. Então eu casei e pedi para Deus que me desse uma filha para que eu pudesse investir nela, mas veio um menino. Tentei novamente e veio a Mayrla, que já veio completa, é uma grande bailarina, professora da universidade, doutora em educação e só me dá alegrias. Nós temos uma equipe muito boa, é um sonho realizado aos meus 75 anos e 30 anos de Casa Ribalta. Nós lutamos muito e conseguimos, eu estou muito feliz por esse espetáculo”, relatou.

Para Leonardo Bahia, diretor teatral do espetáculo, Ribalta é um espaço que dá oportunidades para muitos bailarinos, independente de posição social: “A gente vem amadurecendo essa ideia desde o inícioLeonado Bahia, diretor teatral do espetáculo. do ano, pois já sabíamos do aniversário da Casa, então já pensamos na temática. A Mayrla gosta muito dessa questão cultural, a gente acabou trazendo pro universo amazônida, do estado do Pará com a nossa cultura. Fomos pesquisando as culturas de todas as regiões do estado, e trazendo para Ananindeua, é como se toda essa imensidão cultural que temos viesse desaguar aqui na nossa cidade, para comemorar com a gente esses 30 anos. Eu estou na Casa Há 12 anos, eu moro em Ananindeua a minha vida toda, e a Ribalta é um espaço que dá muitas oportunidades para muitos bailarinos e bailarinas, esse é o diferencial, isso é o que me motiva a estar na Casa, entender que a gente pensa uma dança que não é para classe A, B ou C, independente de posição social, a gente consegue agregar todos, esse é o diferencial da Ribalta. Estou muito orgulhoso, pois é um trabalho de um ano inteiro, a gente se empenha muito para entregar o melhor para o público”, contou.

Para muitos bailarinos, a Casa Ribalta é um lugar que contribui para o desenvolvimento social e profissional.

Gabriel Nogueira, 18 anos, estudante e dançarino da Casa Ribalta, destaca que a dança contribuiu para o seu desenvolvimento social: “Eu entrei recentemente, e em um momento muito importante, então essa Gabriel Nogueira, 18 anos, dançarinoresponsabilidade é muita emoção, eu sempre demonstrei interesse pela dança, e a minha entrada na Casa foi só mais uma confirmação disso. A minha experiência está sendo maravilhosa, é um ambiente de crescimento para que nós possamos evoluir em vários âmbitos, não só na dança, mas no quesito social também. Participar deste espetáculo foi muito emocionante, é um momento especial para a Casa Ribalta, estou muito orgulhoso em fazer parte deste capítulo”, afirmou.

Elida Melo, 34 anos, gerente de loja, veio assistir a apresentação da filha, Maria Eduarda, de 6 anos, e ficou muito emocionada: “Eu fiquei muito feliz, é o primeiro ano que a minha filha dança, ela mesma que pediu pra fazer aula de dança, e eu escolhi a Casa Ribalta depois de muitas indicações, e hoje o espetáculo foi maravilhoso. A dança foi muito importante para a minha filha na parte social, ela tem muita energia, e ficar só dentro de casa não dava, então é uma atividade extracurricular que foi muito importante para ela extravasar. O evento foi lindo, levei pra maquiar, fazer o penteado, foi o dia dela, eu estou muito orgulhosa”, concluiu.

Ao longo de 30 anos, a Casa Ribalta vem sendo destaque em grandes festivais locais, nacionais e internacionais, como o “Festival Internacional de Dança da Amazônia” (FIDA), “Encontro Internacional de Dança do Pará” (EIDAP), “Festival Nacional de Dança de Fortaleza” (FENDAFOR), “Dança Pará Festival”, “Circuito Norte em Dança”, “Dança Carajás”, “Belém Dance” e “Seminário Internacional de Dança de Brasília”.

Serviço:

30 Anos da Casa Ribalta - Espetáculo “É Tempo de Celebrar”

Quando: 21 de dezembro (sábado) 

Hora: Às 19h 

Onde: Teatro Municipal de Ananindeua (Parque Cultural Vila Maguary)

Informações: 9198457-2353

Elida Melo, acompanhada da família, pra prestigiar a apresentação da filha, Maria Eduarda, 6 anos.

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