Nilson Chaves emociona público em Ananindeua com show que exalta a Amazônia

Espetáculo “Meu Canto Amazônico” levou ao palco do Teatro Municipal canções que celebram a identidade, a poesia e o protagonismo da região, em noite especial de Dia das Mães

12/05/2025 17h01 - Atualizada em 12/05/2025 18h55
Secom

O cantor paraense Nilson Chaves trouxe ao palco do Teatro Municipal de Ananindeua, neste domingo (11), uma apresentação carregada de identidade regional e emoção. No espetáculo “Meu Canto Amazônico”, o artista celebrou o Dia das Mães com um repertório dedicado à Amazônia e aos poetas que retratam a riqueza cultural, ambiental e humana da região, encantando o público com músicas como “Olhando Belém”, “Olho de Boto” e “Sabor Açaí”.

Nilson Chaves e o “Meu Canto Amazônico” no Teatro de Ananindeua.Mais do que um show, Nilson Chaves proporcionou uma verdadeira declaração de amor à Amazônia. Para ele, “Meu Canto Amazônico” é uma preparação para os palcos da COP 30, que ocorrerá em Belém, e uma reafirmação do papel que a música tem no fortalecimento da identidade regional.

"Esse show já é um ensaio do que eu pretendo fazer nos shows que estão fechados durante a COP 30. Um show bem amazônico, com canções amazônicas, e principalmente trazendo os poetas da Amazônia com suas visões amazônicas", ressaltou o artista.

Entre as canções, Nilson destacou obras de grandes nomes da poesia amazônica, como Max Reis, Ademir Braz, Rubens de Almeida e Vital Lima, reforçando que essas composições são uma forma de ecoar as vozes da floresta. "Esse show é um posicionamento sobre o nosso protagonismo amazônico. O planeta espera muito da Amazônia, que a gente possa ser definitivamente o porta-voz de tudo isso. Você só consegue defender se você ama, e pra amar a Amazônia é importante que você conheça as coisas belas que essa região tem: os rios, as florestas, os lugares belíssimos".

Nilson Chaves, "nós somos amazônicos".A reflexão proposta por Nilson Chaves durante o espetáculo também atravessou questões de identidade. O cantor fez questão de destacar que, acima de qualquer regionalismo, ele se reconhece como amazônico. "Nós somos da região mais importante e mais cobiçada do mundo, que é a Amazônia. Então nós somos amazônicos. E quando eu digo isso, além de me sentir fazendo parte do rio Guamá, da Baía do Guajará, da Estação das Docas, eu também me sinto fazendo parte do marabaixo do batuque do Amapá, da música da floresta do Acre, de Presidente Figueiredo no Amazonas, do Jalapão do Tocantins. A gente fica muito maior, a gente tem que começar a entender essa riqueza que faz parte da gente".

Nilson também lembrou que esse compromisso com a Amazônia não é recente em sua carreira. "A minha postura não é de agora. Eu tenho um disco de 1994 chamado 'Tudo índio', abracei compositores da Amazônia, já reuni artistas de toda a região no DVD 'Gente da mesma floresta' e sigo trazendo a música amazônica nos meus trabalhos".

Ao final do espetáculo, o artista emocionou o público com um repertório que, além de exaltar a Amazônia, tocou a memória afetiva de muitos fãs que lotaram o Teatro Municipal, espaço que Nilson disse ter um carinho especial. "Já é a terceira vez que eu me apresento aqui no teatro, é um espaço muito agradável, tem cheiro de música e espero poder voltar mais vezes".

Joelcio Nascimento ao lado da esposa Kátia Nascimento - fãs do Nilson Chaves há mais de 20 anos.E foi nesse ambiente acolhedor que o público expressou a emoção de vivenciar o espetáculo. O servidor público Joelson Nascimento, que acompanhou o show, destacou a importância do cantor paraense. "O Nilson Chaves é um ícone paraense. Onde ele está a gente vai atrás. Ele canta o Pará, encanta a minha alma, a minha juventude. Eu acompanho o trabalho dele há mais de 20 anos, esse momento foi incrível", destacou.

Kátia Nascimento, servidora pública que veio de Belém especialmente para o show, afirmou estar vivendo uma noite inesquecível. "Eu vim da Batista Campos, em Belém, só pra assistir o show do Nilson Chaves. Esse momento foi muito especial, ele é uma preciosidade, canta a nossa história, faz parte da nossa vida. É um ícone. Estou muito feliz por esse momento. É a minha primeira vez aqui no teatro, é um lugar muito agradável, isso é um grande presente para Ananindeua", disse.

Marcelly Oliveira acompanhada do esposo Josué Oliveira.Para Marcelly Oliveira, a apresentação foi carregada de nostalgia e pertencimento. "Ele faz parte da minha história, já acompanho o trabalho dele desde a minha adolescência, e vir assistir o show dele é nostálgico. Eu me conecto a tudo de belo que tem no Pará", ressaltou.

Ao longo da noite, Nilson Chaves transformou o palco do Teatro Municipal em um rio de sons, palavras e sentimentos que navegaram pelas raízes da Amazônia profunda. Mais do que celebrar o Dia das Mães, o espetáculo "Meu Canto Amazônico" reafirmou a importância de reconhecer, valorizar e defender a cultura amazônica em sua pluralidade e grandeza. Uma noite que, para o público, ficará marcada na memória como um abraço poético à floresta e às suas muitas vozes.