Espetáculo "Remix" emociona público no Teatro Municipal de Ananindeua com dança inclusiva e pluralidade de corpos
Primeira parada da turnê nacional do grupo Movidos Dança reuniu estudantes e pessoas com deficiência para uma tarde de arte acessível, reflexiva e envolvente
Secom
Com uma proposta inovadora de celebrar a diversidade dos corpos e promover o acesso democrático à arte, o espetáculo Remix, do grupo Movidos Dança (Natal/RN), estreou sua turnê nacional na última segunda-feira, 19 de maio, no Teatro Municipal de Ananindeua. A apresentação, voltada para estudantes de escolas públicas e pessoas com deficiência, emocionou o público com uma performance sensível, acessível e provocadora.
O espetáculo teve direção da renomada coreógrafa Denise Stutz e trouxe para o palco memórias, ritmos e afetos traduzidos em dança. A plateia contou com recursos de acessibilidade, como audiodescrição, intérpretes de Libras e abafadores de ruídos, garantindo a participação plena de todos os presentes.
Daniel Silva, bailarino e diretor geral do grupo Movidos, "a dança é para todos os corpos, todos os públicos e para todas as idades.".Entre os destaques da noite, o bailarino e diretor geral do grupo Movidos, Daniel Silva, que é cadeirante, encantou a plateia ao integrar dança e atuação em uma performance vibrante e expressiva. Ele destacou a importância de ocupar espaços artísticos com corpos plurais. “O Remix é uma festa. A gente quer comunicar que a dança é para todos os corpos, todos os públicos e para todas as idades. A arte tem a intenção de atingir todas as pessoas. A gente brinca com as músicas dos anos 60 e também as músicas da atualidade, como o TikTok”, afirmou Daniel, que fundou o grupo em 2018 ao lado do diretor artístico Anderson Leão.
Anderson Leão, diretor Artístico, "precisamos normalizar ver um cadeirante dançando".Anderson também falou sobre o significado de abrir a turnê em Ananindeua. “O Remix é uma mistura de gerações. Foi muito bom ver na plateia crianças, jovens e idosos. Cada um vai se identificar de alguma forma com esse trabalho que estamos desenvolvendo. Precisamos normalizar ver um cadeirante dançando, seja na rua ou em uma boate. O Remix é uma porta para a liberdade, uma porta para ser feliz”, disse o diretor.
Elizangela Melo, coordenadora pedagógica, "todos somos iguais".A sessão teve a presença de diversas escolas da rede municipal. A coordenadora pedagógica da Escola Municipal Padre Gabriel Bulgarelli, Elizangela Melo, de 40 anos, comentou sobre o impacto da experiência para os estudantes. “A inclusão é muito importante para que a sociedade abrace a causa e mostre para os alunos que estavam aqui que todos somos iguais”, relatou.
Aliny Rosa, bailarina e cadeirante, "dança para todos os corpos".Também na plateia, a espectadora Aliny Rosa, de 39 anos, bailarina e cadeirante, comentou sobre o quanto se sentiu representada ao assistir ao espetáculo. “Estou muito feliz com esse espetáculo. A companhia traz uma mistura de ritmos com uma proposta sobre acessibilidade. Foi uma experiência única. A dança é para todos os corpos”, disse.
A proposta do Remix é romper padrões estéticos, misturar histórias, trazer à cena as singularidades de cada corpo e criar novas formas de conexão por meio da dança. A trilha sonora pulsante, que resgata memórias afetivas de festas e encontros, somada à linguagem contemporânea dos intérpretes, transformou a apresentação em um verdadeiro convite à celebração da vida e da diversidade.
Após a estreia em Ananindeua, a turnê segue para outras capitais brasileiras, como Manaus (AM), Recife (PE) e Palmas (TO).