Reconstruindo lares: Visita técnica acompanha fase final das obras nas casas afetadas por incidente meteorológico
Secom
“Eu entrei em desespero, me debrucei por cima das crianças porque estavam caindo telhas e pedaços de tijolo dentro de casa. Eu comecei a gritar por ajuda”, relatou Thais, moradora de uma das casas atingidas pelo último incidente natural registrado em Ananindeua.
Com as crescentes mudanças climáticas que o nosso planeta está enfrentando, eventos de desastres climáticos têm se tornado cada vez mais comuns em regiões que nunca passaram por esse tipo de incidente. Enchentes, tornados, vendavais e outros fenômenos estão se tornando mais frequentes.
Na tarde do dia 22 de janeiro, moradores do bairro da Cidade Nova VI viveram uma experiência assustadora após uma intensa chuva acompanhada por ventos fortes, que destelhou várias casas, destruiu partes de suas residências e mobiliários, além de espalhar o medo entre os moradores das casas atingidas.
Thais Borges, moradora que teve a casa destelhada e perdeu quase tudo no temporal. Moradora de uma das casas que sofreram danos, Thais Borges, de 28 anos, mãe de duas filhas gêmeas de 6 anos, contou um pouco sobre o dia que ela e suas filhas querem esquecer. “A gente mora aqui há pouco mais de cinco anos. Minhas filhas vão fazer 6 anos, são gêmeas. No dia em que aconteceu, eu estava em casa com elas. Eu as tinha buscado na escola por volta das 11h30, e a gente já tinha almoçado. Era por volta das 14h, e eu ia arrumá-las para dormir. Foi quando começou a chuva. Eu pensei que era uma chuva normal de toda tarde, mas começou a ventar muito forte. De repente, escutei uns estalos vindo da casa do vizinho. Aí, eu me aproximei das crianças, e quando olhei para cima, o teto saiu inteiro. Só depois eu me dei conta de que não era uma tarde de chuva comum”, contou Thais.
Ela ainda falou sobre o momento desesperador que vivenciou com as filhas. “Eu entrei em desespero, me debrucei por cima das crianças porque estavam caindo telhas e pedaços de tijolo dentro de casa. Eu comecei a gritar por ajuda, até que uma vizinha saiu e veio nos ajudar a sair de dentro da casa. Nossos móveis, o que era de MDF, molhou tudo, estragou tudo. Perdemos quase tudo. Conseguimos recuperar só as roupas, que a gente lavou, as louças e, dos eletrodomésticos, só consegui salvar a geladeira. Foi praticamente perda total”, relatou a moradora da WE 86.
Thais Borges, disse que ela e as filhas ainda se assustam quando chove muito forte e finalizou agradecendo o trabalho da prefeitura. “A gente foi extremamente abençoado, porque até o que nós não tínhamos, a prefeitura está nos dando. A gente estava sem portas, sem janelas, e eles estão colocando tudo, e eu sou muito grata a Deus, primeiramente, ao prefeito Dr. Daniel e a toda a equipe da Sehab pelo apoio e acolhimento”.
A Prefeitura de Ananindeua, por intermédio da Secretaria Municipal de Habitação (Sehab), realizou uma visita técnica nas WEs 84, 85 e 86, nas casas que estão sendo atendidas pelo programa “Morar Bem”. Foram 15 famílias afetadas, e todas já receberam assistência da Secretaria de Habitação. Das 15 casas atingidas pela chuva e ventos fortes, três casas foram as mais atingidas e estão em estágio de finalização, com reboco, pintura e entrega de portas e janelas. Além disso, uma casa que perdeu totalmente o telhado está recebendo cobertura integral do programa.
Alexandre Gomes, secretário de habitação.O secretário de Habitação, Alexandre Gomes, esteve no local junto com a equipe da Sehab, acompanhando a fase final das obras do programa municipal de assistência habitacional da secretaria. “Hoje estamos realizando uma visita técnica às obras do programa 'Morar Bem', que estão em fase final. É uma grande satisfação poder acompanhar de perto essa etapa tão importante, onde estamos prestes a entregar essas casas que passaram por revitalização e melhorias habitacionais, especialmente após os danos causados pelas fortes chuvas de 22 de janeiro. Esse é o compromisso do nosso prefeito, Dr. Daniel, da Prefeitura de Ananindeua e da Secretaria de Habitação; estar sempre próximos daqueles que mais precisam, garantindo dignidade e qualidade de vida para as famílias”, falou Alexandre Gomes.
O secretário aproveitou a oportunidade para agradecer a todos os envolvidos nesse processo, desde a equipe técnica até a comunidade, que tem apoiado e acreditado no trabalho da prefeitura, e ressaltou o compromisso com o município. “Vamos seguir firmes, com dedicação e empenho, para concluir essa etapa e continuar avançando em prol de uma cidade mais justa e acolhedora para todos”, finalizou.
À frente do trabalho da Sehab, que está atendendo famílias na Cidade Nova VI, o diretor de Habitação,Alciney Veras, diretor de habitação. Alciney Veras, falou sobre o programa “Morar Bem” e os procedimentos que a Sehab realizou logo após o incidente natural. “O Programa Morar Bem foi criado para atender famílias que se encontram em situação de vulnerabilidade social, independentemente das circunstâncias. Recentemente, devido a um evento emergencial, estamos focados nas famílias atingidas pelo vendaval que ocorreu na Cidade Nova 6 no mês passado. Após o vendaval, todas as 15 famílias foram atendidas rapidamente. No dia do evento, nossa equipe estava presente para fazer o cadastro social e, ainda no final da tarde daquele mesmo dia, já entregamos todo o material necessário para as famílias afetadas”, explicou o diretor.
Outras famílias que também foram impactadas, mas não em estado grave, receberam todo o material necessário para retelhar suas casas. O programa tem funcionado no município desde 2021 e tem operado com total eficiência. É importante ressaltar que esse não é um programa aberto. A Sehab identifica as áreas mais necessitadas por meio de um levantamento técnico feito em conjunto com o serviço social da secretaria. O valor das melhorias pode chegar até R$ 5 mil, mas esse valor é destinado à mão de obra e ao material necessário. As famílias não recebem o dinheiro diretamente; elas recebem a mão de obra, e os materiais são levados até suas casas.
Sobre o Programa Morar Bem:
Instituído pela Lei nº 3.128/2021, o Programa “Morar Bem” prevê a realização de pequenas melhorias e reformas parciais em imóveis com condições precárias de habitabilidade, de famílias em situação de vulnerabilidade socioeconômica em Ananindeua.
Os serviços buscam melhorar as condições sanitárias das habitações, promovendo maior salubridade nas edificações e maior conforto e dignidade aos moradores.
A Secretaria Municipal de Habitação coordena as ações do Programa, mapeando as áreas atendidas e autorizando a execução dos serviços de melhoria habitacional, que podem ser feitos, em cada unidade, no valor de até R$ 5.000,00 (cinco mil reais), podendo até mesmo ter um acréscimo de 50% (cinquenta por cento) quando o imóvel necessitar de adaptações para atender pessoa portadora de necessidades especiais que nela resida.
Ao todo, já foram reformadas cerca de 417 casas no município. Inclusive, o Programa já atendeu casos de calamidade pública devido a fenômenos naturais, como vendavais, onde famílias sofrem danos materiais e/ou ficam desabrigadas. Além disso, o programa municipal ganhou em duas categorias no Prêmio Selo de Mérito no Fórum Nacional de Habitação de Interesse Social (Brasília/DF).
Para atender a população, o programa tem critérios bem definidos. Confira:
- Famílias que estejam em situação de vulnerabilidade social;
- Renda mensal de até 3 salários mínimos;
- Ser morador de Ananindeua e comprovar que o imóvel pertence ao morador;
- Famílias que têm PCD, idosos e casas que estão em situação de insalubridade ou periculosidade.