Dia Nacional da Consciência Negra: Resistência e Luta

30/11/2022 17h26 - Atualizada em 30/11/2022 19h21
Secom

No mês em que se comemora o Dia Nacional da Consciência Negra, também conhecido como novembro negro,  a Secretaria Municipal de Administração (Semad), por meio da Escola de Governança Pública de Ananindeua (EGPA), promoveu para servidores do município um minicurso sobre Igualdade Racial e Combate ao racismo. 

“A Administração pública sentiu responsabilidade em promover uma formação básica sobre relações raciais no Brasil, a fim de combater práticas racistas e preconceitos de forma geral. E tivemos a honra de trazer uma palestrante que tem vasta experiência no assunto para abordar o tema” , disse a diretora da Escola de Governança Pública de Ananindeua, Jolse Quinto.

Wellingta Macedo, jornalista e militante do Movimento Nacional Quilombo Raça e Classe Pará,  que trabalha o combate ao racismo foi quem ministrou o curso e trouxe várias reflexões sobre a promoção da igualdade racial, o combate ao racismo e a mistificação de algumas ideias equivocadas que foram criadas  ao longo da história. Segundo Wellingta, os desafios são grandes e o caminho é longo contra o racismo e o preconceito.

“Fomos educados no racismo. Uma ideologia equivocada que criou essa falsa ideia de que existe uma Raça Superior e que nós Negras e Negros, somos inferiores. Isso é uma mentira que se entranhou na nossa consciência e na estrutura da sociedade. Por isso precisamos mudar nossa consciência, mas também transformar essa sociedade para acabar de vez com o racismo e todas as formas de opressão. Por isso o compromisso de criar relações públicas melhores com os servidores e a população negra, como também criar um ambiente antirracista onde práticas discriminatórias e racistas contra o povo negro dentro do serviço público, não só não serão mais toleradas como também, serão combatidas por todos”, ressalta Wellingta

O minicurso teve interação e trocas de experiências entre os participantes.    Nega Black, é coordenadora de projeto cultural na escola Maria Estelita, no bairro Girassol e Conselheira de Igualdade Racial envolvida em vários projetos ligados ao tema. Ela já presenciou e também viveu o racismo na pele. Mas continua lutando e buscando por uma sociedade mais justa. 

“São palestras como essas que despertam a consciência das pessoas. Vou envolvida em causas sociais e estou sempre buscando passar meu conhecimento para as pessoas. Deixo o dia 20 de novembro para consciência negra, mas os restos dos dias eu deixo para conscientização de um povo, para que a gente possa ter dentro de uma sociedade o respeito”, afirmou Nega Black.


Para a ouvidora da Secretaria Municipal de Educação (Semed), Erika Moraes, o evento foi de grande relevância para a sociedade em geral.

“Para nós servidores públicos, é a possibilidade de retribuir a aquisição do conhecimento sobre o tema, favorecendo a desmistificação da cultura do "normal e natural" quando se trata das causas raciais. A professora arrasou em tudo, desde a fomentação do despertar humano e empático para com o outro, a didática e o profundo conhecimento do tema e sobretudo,  quanto a sua postura impecável de um ser humano de direitos”, disse a servidora.

O Dia da Consciência Negra é comemorado no dia 20 de novembro e faz referência ao dia da morte de Zumbi dos Palmares, grande líder da resistência negra e da luta pela liberdade. A data marca o reconhecimento dos negros, das suas lutas e conquistas desde o período colonial do Brasil e serve para homenagear aqueles que lutaram pelos direitos da etnia.