Abacatal sedia 1ª Copa de Futebol Quilombola de Ananindeua

27/11/2022 12h52 - Atualizada em 27/11/2022 13h40
Secom

Marcados por resistência, união, liberdade e muito futebol, os moradores da comunidade quilombola de Ananindeua estão desde 1710 difundindo suas histórias, tradições e lutando por igualdade racial. Pensando nisso, a Prefeitura Municipal, por meio da Secretaria de Cidadania, Assistência Social e Trabalho (Semcat), realizou no último sábado, dia 25 de novembro, mês alusivo ao Dia da Consciência Negra, a 1ª Copa de Futebol Quilombola. O torneio, que ocorreu no campo de futebol do Abacatal, no bairro do Aurá, teve como objetivo combater o racismo e promover o fortalecimento dos vínculos comunitários e familiares.

A secretária da Semcat, Marisa Lima, ressaltou sobre a importância do evento. “Uma das grandes marcas da gestão do prefeito doutor Daniel é sem dúvida a valorização do ser humano. De nada adianta termos estruturas, se não existir o cuidado com os cidadãos que vivem em Ananindeua, então esse evento veio para integrar, valorizar as tradições quilombolas, contar suas histórias e desafios, fomentar políticas públicas e fortalecer vínculos comunitários e familiares, além de combater o racismo que ainda existe na nossa sociedade, mostrando que todos são iguais”.


Para Solange Gomes, moradora do quilombo e campeã do time feminino da copa, o torneio foi uma oportunidade da comunidade se fazer conhecida no município. “Nossos antepassados vivem aqui há mais de 300 anos e ainda assim muita gente não sabe que em Ananindeua existe uma comunidade quilombola, que surgiu no período Brasil Colônia. Então essa atividade trouxe gente de fora, foi uma oportunidade das pessoas enxergarem a gente, conhecerem nossa cultura e costumes, ver o quanto também amamos o futebol, que ele faz parte do nosso cotidiano. Aqui, o esporte é passado de geração a geração, homens, mulheres, crianças, jovens e adultos, todos nós amamos e praticamos futebol. Sem dúvida essa foi uma oportunidade de nos fazer conhecidos e respeitados”.

O evento reuniu cerca de 200 pessoas, entre eles, 90 atletas de dentro e fora da comunidade, como Evandro Silva, do PSG, time campeão da copa. “Nunca tinha vindo aqui no quilombo, não conhecia a comunidade, embora já tenha escutado por alto que ela existia. Foi ótimo poder vir, participar e conhecer mais sobre uma realidade e cultura que é diferente da minha. Tô feliz em poder aprender da história e sair daqui com o meu time campeão”, comentou o atleta.

Durante o evento, o grupo da comunidade do Abacatal deu um show de alegria e cultura com danças tradicionais, além de roda de capoeira com o mestre Hedjohn Carvalho.

Dijael Seabra pratica capoeira há anos e contou da importância de manter viva as tradições. “Nasci e me criei aqui na comunidade quilombola. Aqui quero manter meus filhos e fortalecer nossas culturas e tradições. Desde quando minha filha era pequena eu ensino a dança e a música da capoeira pra ela. Assim como o futebol, a capoeira também é uma tradição”. 

A Copa também teve roda de conversa sobre socialização da cultura quilombola do Abacatal, com a diretora do Núcleo de Amparo Espiritual Consciência Nova, Simone Miranda, com a participação dos acadêmicos da Universidade da Amazônia e Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de Belém, além do Conselho Tutelar de Ananindeua e o Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) Estrela Ananin. 

A Prefeitura Municipal reafirma o seu compromisso de incentivar a prática esportiva em Ananindeua, assim como trabalha incansavelmente pelo fortalecimento de políticas públicas voltadas às comunidades quilombola, ribeirinha, Warao e aos cidadãos que vivem no centro urbano,  impulsionando o segmento e levando o município ao desenvolvimento.