Casa do Açaí, em Ananindeua, no curso de manipulação.A Casa do Açaí, em Ananindeua, tem se destacado como um local referência na capacitação de batedores de açaí e bacaba, promovendo não apenas o aprendizado técnico, mas também a segurança alimentar. Através de um curso de manipulação que segue as exigências da Legislação Estadual, decreto 326, a iniciativa assegura que o açaí e bacaba sejam produzidos com qualidade e sem riscos para a saúde da população.

Com uma média de 50 batedores participando semanalmente, o curso é dividido em duas etapas, uma parte teórica, onde se discutem a legislação vigente e as boas práticas de segurança alimentar, e uma parte prática, em que os participantes aplicam o conhecimento adquirido, incluindo o importante processo de branqueamento do açaí. Esta técnica, fundamental para a eliminação do ‘Trypanosoma cruzi’, protozoário causador da doença de Chagas, tem sido um dos pilares da capacitação.

Camila Miranda, médica veterinária, passando conhecimento.Camila Miranda, médica veterinária responsável por toda a parte teórica do curso, destaca a relevância dessa formação para os batedores, que, após a conclusão, recebem um certificado que atesta sua aptidão para produzir dentro das normas sanitárias. "O curso é voltado para quem deseja trabalhar com açaí e bacaba. Após a teoria, os batedores entram na prática e aprendem, entre outras coisas, a técnica do branqueamento, que é essencial para garantir que o produto esteja livre do ‘Trypanosoma cruzi’. Ao final, eles estão prontos para dar entrada na Vigilância Sanitária e conquistar o selo 'Açaí Bom que Só', que comprova a qualidade e segurança do produto”.

Este selo, emitido pela prefeitura, garante que o batedor segue todas as boas práticas exigidas pela legislação e comprova que o estabelecimento está regularizado perante os órgãos de saúde.

Odaise Maia, batedora de açaí, garantindo a capacitação.Desde sua inauguração, em 2021, a Casa do Açaí já formou mais de 3 mil batedores, com participantes de diversos municípios, incluindo Igarapé-Açu e Belém. Para Odaise Maia, batedora há 25 anos, a capacitação traz um importante reconhecimento à profissão. "O curso é essencial, principalmente no contexto atual, onde a doença de chagas é uma preocupação. A padronização e a capacitação garantem que o produto final seja seguro para a população e valoriza nosso trabalho”.

Marlúcia Castro dos Santos Lima, professora da Unama Ananindeua, mostrando como calcular o custo do produto.Além dos aspectos técnicos, os batedores também são orientados sobre gestão financeira. Marlúcia Castro dos Santos Lima, professora da Unama Ananindeua, ministra palestras sobre precificação, ajudando os participantes a entenderem como calcular o custo do produto e garantir a sustentabilidade do negócio. "Muitos batedores definem preços sem considerar todos os custos envolvidos. Queremos ajudá-los a precificar de forma justa, levando em conta o valor do trabalho e a viabilidade financeira do negócio”.

Titular da Sedec, Ivelane Catarini, incentivando empreendedores.Para Ivelane Catarini Alexandrino Mendes Neves, secretária municipal de Desenvolvimento Econômico (Sedec), a Casa do Açaí é um passo importante para a qualidade do produto oferecido à população. "Nosso objetivo é garantir que o açaí vendido na cidade seja seguro e tenha qualidade. A fiscalização, orientação e qualificação são fundamentais para alcançar esse padrão. Além disso, queremos incentivar os empreendedores a diversificar suas atividades, garantindo a continuidade de seus negócios durante a entressafra”.

Os cursos acontecem semanalmente, às quintas-feiras, das 14h às 18h, com inscrições abertas para interessados de forma espontânea. Para participar, basta se dirigir até a Casa do Açaí, localizada na Avenida Zacarias de Assunção, 96, no bairro Centro. 

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